segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Investigando

Finalmente, postarei algo completamente opinativo.
O jornalismo e seu papel social foram aprofundados ao longo de um período e de 20 postagens nesse blog.
Investigar requer capital, dados, muitas fontes , mas principalmente coragem e audácia.
Temos grandes nomes no Brasil de repórteres investigativos, muitos deixaram a adrenalina e o compromisso com o público ir além de suas vidas.
Portanto, em alguns meses teorizamos em sala quanto aos deveres, compromissos e principalmente desafios!Afinal, existe ou não a objetividade? A ética é necessária já que trabalhamos para empresas que vivem de lucros? são imagens, fontes, palavras ou estamos lidando com pessoas? 
Foram inúmeras questões trabalhadas para ajudar na formação de repórteres que vão além. Que não somente, conhecem maquinários e técnicas,mas que sabem o jeito de preservar a informação. 
                                http://www.youtube.com/watch?v=VFqOZ4iRyXM&feature=related


Secret?


Apublica é uma maneira diferente de fazer jornalismo investigativo. É uma agência de reportagem e de jornalismo investigativo  que tem como principal fonte wikileaks.
“Documentos vazados pelo WikiLeaks mostram como age uma organização que treina oposicionistas pelo mundo afora – do Egito à Venezuela
Apublica cumpre o que propõe ao mostrar “furos” de organizações através do Wikileaks.
Porém, questões devem ser debatidas:
Wikileaks é uma fonte segura de informação?Além disso, é ético infringir soberanias, segredos de Estado em prol da liberdade de expressão?
Segundo o colunista Julho Echeverría do jornal El comércio

“O caso Assange colocado sob estresse o conceito de soberania de maneira mais profunda. Por revelar segredos de estado, revelou a vulnerabilidade dos sistemas de informação e controle, que é baseada na soberania dos Estados. A informação e o sigilo são pilares da soberania do Estado como o Estado é concebido tendência ou potencialmente enfrentou inimigos externos e internos. O segredo é a melhor arma para o exercício da soberania para o exterior mais de outros estados, como para dentro, contra seus próprios cidadãos. “

“Os documentos do WikiLeaks nos fortaleceram”, diz Rafael Correa.
Mesmo tendo crise com a imprensa do Equador.


Etnocêntrismo nas TELONAS


Até onde a imprensa realmente produz conhecimento? Leva a reflexão? No embate de forças sociais, na disputa entre interesse público e privado, a imprensa cumpre seu papel.
Nem só de jornalismo vive a imprensa. Também temos a publicidade, as relações públicas  e o cinema.
O cinema brasileiro está em expansão. E a imagem do Brasil também, aparecendo cada vez mais em âmbito internacional.
O sucesso de bilheteria Amanhecer parte 2, mostrou o Brasil ainda dentro de velhos esteriótipos.
“O desfile de aberrações etnocêntricas continua, com os vampiros brancos dominando tudo, os lobos chicanos como fiéis serviçais, os negros como facilitadores e provedores de produtos ilegais, além de toda uma gama de representantes de outras partes do mundo Já a América do Sul é representada por um índio Ticuna, um americano fortão com bastante urucum no rosto, além de Senna e Zafrina, duas miscigenadas criações da floresta, emperequetadas com um aviltante figurino tropical.”
Foi a opinião de Francisco Taunay,Mestre em Cinema pela PUC-Rio. http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/amanhecer-parte-2-de-bill-condom/.
Depois do comentário de Maurício Vassali até críticas sobre figurino foram feitas nesse blog: http://literatortura.com/2012/11/24/sobre-a-vestimenta-indigena-brasileira-e-o-figurino-de-amanhecer-parte-2/
“Expondo a ignorância de Stephenie Myer (e de toda a equipe do filme) com relação às culturas existentes além das fronteiras dos Estados Unidos, Amanhecer – Parte 2  em trazer duas índias do Amazonas (ou “índias do Amazonas”) inacreditáveis – e não é à toa que uma delas se chama “Senna”, já que este é provavelmente o único nome brasileiro que Meyer escutou na vida (neste sentido, é surpreendente que a outra garota não se chame “Pelé”).”
Pablo Villaça, Escritor, crítico de cinema desde 1994 e diretor do Cinema em Cena.
 Ìndias vindas da "Amazônia "

Índios do Xingú


Prontos para a luta


Dentre inúmeros desafios da profissão, um deles é saber a linha tênue entre ousadia e perigo. É como o jornalista deve se portar ao entrar em lugar de conflito, ou mesmo, será que ele deve ir adiante?
Alguns foram adiante e conseguiram um furo, mas outros perderam seu bem maior, a vida.
Por isso, a ABRAJI junto com o INSI(International News SafetyInstitute) criou workshops para ensinar como se defender em situações de perigo.  Marcelo Moreira, presidente da ABRAJI  e editor-chefe do RJTV Segunda edição, explica o programa ao comemorar 10 anos de ABRAJI. 
“O objetivo é implantar no Brasil uma cultura de segurança.”
O próprio INSI mostrou que o Brasil é o 5º país mais perigoso para os jornalistas. Perdendo apenas para Syria, Somália, Nigéria (regiões em conflitos) e México.
Segundo o jornalista francês Benoit Hervieu, chefe do escritório para a América da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF):
“No Brasil não há a polarização política entre imprensa e governos, como se vê em países como Venezuela e Argentina. Porém, o RSF registra que em 2012 houve seis casos de jornalistas mortos, sendo que em pelo menos três deles há fortes indícios de que os crimes tenham ligação com o seu trabalho”,lembrou.
Marcelo Moreira, presidente da ABRAJI

Imagem em ação


Imagem , vale mais que mil palavras. Por isso, o fotojornalista tem que tem grande responsabilidade ao publicar uma foto. A imagem tem o poder incrível, ela comunica diretamente. Choca, emociona e faz refletir.
O documentário: “ Abaixando a câmera”de Guilheme Planel mostra os desafios e a dor ao retratar.Durante a narração do filme são mostradas várias fotos. O documentário mostra desafios do fotojornalismo, mas também toca na questão de até onde a imagem é a verdade.
Atrás de lentes, técnica e flashes existe um ser humano com emoções, cultura, crença e principalmente valores. Através desse filtro ideológico e emocional o fotógrafo opta por uma imagem. Essa imagem é real, porém ela é escolhida. Por isso, muitas vezes não se pode dizer que aquilo a verdade, sendo aquilo a verdade sob os olhos do fotojornalista.
No fotojornalismo carioca, a dor gerada pela violência no Rio de Janeiro se tornou o foco das imagens. A fotografia mostra essa “verdade” explorando o sofrimento dos cidadãos. Há um embate de forças que Focault cita haver no jornalismo: o compromisso com o público e com a empresa (que precisa lucrar).
Portanto, na busca de expressar uma realidade , ignoram outras. Sendo parcial. Dando voz a um só lado. Ou pior, fazendo uma foto que a empresa precisa para vender e produzindo estereótipos para a público. Dessa maneira, a imagem choca , emociona e constrói uma realidade.
Um exemplo da submissão do repórter(muitas vezes necessária) as necessidades de mercado, é o que o filme chama de Kamikaze. Nilton Claudino fala 
“No fundo é verdade, torcendo pela ação, se não fica chato.” 
O conflito entre o jornal sangrento que choca a todos e vende e o repórter com compromisso social de passar informação está presente a todo tempo.
 "A segurança proporcionada por uma ética pessoal e profissional é um fator preponderante para um rearranjo afetivo do fotojornalista. É a chance de uma ´volta para casa` que ele pode fazer, mas que o retratado raramente consegue, pelas razões conhecidas por todos nós". 

 Psicanalista, Carlos Lugarinho para FotoGlobo.


                                                           Marcelo Carnaval

                                                              Custódio Coimbra

domingo, 25 de novembro de 2012

Ética jornalística


Diante de tantas discussões sobre a importância do papel do comunicador, a falta de ética sempre vem à tona.
No filme “ Shattered Glass” mostra o caso de um repórter da revista estadunidense The New Republic que inventava notícias. Até o bloquinho de anotações tinha rabiscos semelhantes a notícia editada.
Geralmente, o maior conflito ético é entre interesse público e privado. É a empresa cobrando e mostrando só um lado da estória, ou mostrando um como certo e outro como errado. Ou mesmo, entre objetividade e subjetividade, ou seja parte ideológica do repórter influenciar na notícia ou na escolha de fontes. Fontes também representam um conflito corriqueiro. Muitos jornalistas não “gastam a sola de sapato”. Fazem o famoso e já citado aqui: “ jornalismo de fast-food”, que geralmente dá barriga.
O que aconteceu no filme foi uma estória verídica. E não tão incomum como parece. Alunos de comunicação algumas vezes, inventam uma entrevista ou uma fonte.
O perigo é a irresponsabilidade de levar informação não idônea para a massa. 


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Os desafios da notícia


Segundo a revista Veja e a agência EFE: as Farc admitiram na terça-feira ter capturado o jornalista francês Roméo Langlois.
Correspondente do canal France 24 e do jornal Le Figaro tentava fazer uma reportagem sobre operação do Exército colombiano contra o narcotráfico
 O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, exigiu ao grupo terrorista que cumprisse a promessa de não capturar civis e que libertasse o correspondente o mais rápido possível.

Diante dessa notícia, fica a questão: Até onde ir pela informação?
Filho de Tim Lopes afirmou que preservar a vida é o mais importante. Rodolfo Schneider,diretor de jornalismo da Band, ao falar da morte do cinegrafista da Band, Gelson, reafirma categoricamente pela preservação da vida.
Mas, em geral, o que move é uma adrenalina, um amor, uma necessidade de descobrir, de investigar!
Além de terroristas, facções e traficantes, governos opressivos também ameaçam a credibilidade da notícia.A ditadura brasileira de 64 e outras ditaduras latino americanas disfarçadas de democracia continuam a calar a boca da imprensa com a força.



Asas de Arcanjo


Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão”

Assim como Gonzaguinha, Arcanjo também acreditava no povo. Foi além, foi original por dar voz à rapaziada.
Esse é um dos pontos que Bruno Quintella pretende mostrar no documentário sobre a  vida de Tim Lopes.
Jornalista e cineasta, Bruno também é filho de Tim. E sabe como a morte de seu pai chocou a sociedade, mas a vida tem valor maior. “Ele deu voz ao negro e pobre.” A alegria de Arcanjo que rendeu o apelido Tim. Não era só parecido fisicamente com Tim Maia, mas a animação era a mesma.
Além de explorar o lado humano, o repórter investigativo usou o que Gertz cita como método de pesquisa: se passar pelo objeto de estudo. Tim foi passageiro de trem, segurança, até doente em clínicas psiquiátricas.
Bruno também cita o “esgotamento de assunto”. Tim usava suas fontes e pesquisa a fundo. Para o cineasta e também jornalista na Rede Globo: “Hoje o jornalista escreve pouco."Para Bruno o que falta é  originalidade e conteúdos mais aprofundados.
Bruno Quintella está produzindo, junto com Guilherme Azevedo, o filme sobre a vida de Tim: " Histórias de Arcanjo".


Trailer do Filme




Tim e a voz do favelado!

Onde os fortes perdem a vez


Não é de se espantar que os pais fiquem preocupados quando seus filhos resolvem serem jornalistas. São inúmeros riscos. O que mais assusta é temor financeiro e junto a este o desemprego. A profissão”ingrata” também desilude. Muitas vezes o mito da profissão livre acaba. Jornais e TV´s fazem parte de empresas e o objetivo delas além de informar é lucrar.
Dentre tantos fatores é a violência o que  causa pânico ao familiar do jornalista. A violência urbana das cidades grandes está em patamar próximo a guerrilhas e terrorismo. Foi assim que Arcanjo Antonino Lopes teve sua vida interrompida.
Tim Lopes foi um repórter diferente do “jornalismo cagão” ou de “fast food.” O repórter pós-moderno,muita vezes, não aproveita o espaço que tem e faz da TV uma tabula rasa. Já o Tim inovava com seu conteúdo, originalidade, experiência no impresso mas principalmente CORAGEM.
Arcanjo abria suas asas para proteger menores que estavam sofrendo abuso sexual em bailes funk na Vila Cruzeiro , Complexo do Alemão. Cristina Guimarães, produtora sofreu ameaças e saiu da emissora. Mas Tim continou filmando com câmera escondida e perdeu sua vida.
Segundo, testemunhas o repórter foi torturado e morto com uma Katana pelo próprio líder do Comando Vermelho, Elias Maluco.
http://www.youtube.com/watch?v=bP-khUTtszQ

Mas para seu filho também jornalista e cineasta ,Bruno Quintella, sua morte influência as autoridades a tomarem iniciativa. Bruno não vê nas UPP´s solução para os problemas da favela, mas elas permitem o direito de ir e vir dos moradores.


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Bandidos, Doentes ou Pessoas ?


Eduardo Paes, prefeito do Rio conseguiu apoio para internação compulsiva de usuários de crack da cidade. Criticado por muitos e divulgado de maneiras diferentes. 
A ação teve uma fuga hoje pela Avenida Brasil.
Com diferentes maneiras de abordar a notícia, alguns colocam como se o prefeito fosse culpado usando a mão forte do Estado contra oprimidos sociais. Claro, devemos checar se realmente essas pessoas estão recebendo atendimento adequado.
O outro lado mostra o usuário como um grande criminoso. Sem pensar que a arrasadora maioria são pobres. Cidadãos que não tiveram as mesmas oportunidades da classe média e alta. E isso é culpa de uma má administração pública que acontece no Rio desde muito tempo.
Outra maneira de abordar um tema tão delicado foi a que o repórter investigativo Caco Barcellos adotou. Caco mostra em São Paulo, as pessoas como protagonistas desse drama social. Isso leva o telespectador a se colocar na posição do outro.



PÓS-Modernidade e a Notícia



Temos notícias a todo tempo. São factuais sobre eleições americanas e o Sandy já ficou esquecido. Royalties esquecendo outros problemas. Fim de Brasileirão, e o Fluminense ganha ou não.
As pessoas estão conectadas globalmente. Não existe mais um grande dominador cultural para determinar o que é bom ou ruim para o mundo. Temos crises de identidade e territorialidade, por que agora somos “ do mundo.”
Até que ponto a Pós- Modernidade gera fortes impactos na comunicação? Até onde os jornalistas buscam notícias realmente consideráveis para publicá-las?
São tantas informações ao mesmo tempo em que no embate de forças sociais, muitas vezes, o público sai perdendo. Pois notícias são jogadas sem um respaldo reflexivo mostrando o contrapeso do tempo real. A quantidade é maior que a qualidade. Tantas vezes os critérios de noticiabilidade são esquecidos.
E o mais importante: Como é esse processo? O jornalista sai da zona de conforto e vai até as fontes, busca, investiga? Será que nosso mundo pós moderno ainda pode produzir Bob Woodward e Carl Bernstein?
Felizmente, ainda temos Jornalistas investigativos e reportes brasileiros  que ocasionalmente fazem matérias especiais longes do fast-food. Correm menos risco de barriga ao gastar solas de sapato em busca de informação transparente.




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

IMPRENSA , Guardiã da Sociedade



O Globo de hoje publicou uma reportagem sobre as eleições na Venezuela. Depois de 13 anos de Hugo Chávez no poder, “centenas de milhares de simpatizantes de Henrique Crapriles tomaram as ruas de Caracas.”
A Venezuela, apesar de ser uma grande exportadora de petróleo e membro da OPEP sofre com a má administração. “ Em alguns hospitais essa hora não há nem gaze, mas há recurso para escola de samba.” Afirma Capriles ao se referir ao dinheiro doado por Chavéz para o carnaval de Vila Isabel, no Rio.
Nesses momentos cabe a reflexão, como age a imprensa em países de regime populista? E os regimes mais fechados como Cuba?
Segundo o site do jornal Estado de Minas os jornalistas da Venezuela são perseguidos e lutam por seus direitos.

“Informe publicado nesta quarta-feira pelo Comitê para Proteção dos Jornalistas diz que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está apelando à ameaças e medidas restritivas para enfraquecer a imprensa privada.”

Já a revista Veja mostra que os próprios jornalistas venezuelanos passaram a censurar a própria cobertura.O constante desprezo pela liberdade de imprensa e o cerceamento aos meios de comunicação privados pelo ditador Hugo Chávez tem resultado em autocensura da imprensa e escassa cobertura de temas cruciais para a população, aponta o relatório do Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ). O estudo intitulado "Meios privados venezuelanos se enfraquecem sob o assédio de Chávez" foi apresentado nesta quarta-feira, em Nova York, e é o quarto e o mais crítico realizado pelo CPJ sobre a situação da imprensa na Venezuela desde a chegada ao poder do atual presidente, em 1999.
Cabe a imprensa o papel de guardiã da sociedade, de esperança diante da opressão política. O mesmo aconteceu no Brasil durante o governo opressor dos militares. Alguns jornais colocavam nas manchetes receitas de bolo, mostrando como a censura agia sobre eles.





domingo, 30 de setembro de 2012

A favor da sociedade



Continuando a saga “Jornalismo ético em favor da sociedade”, paira a dúvida: Quando o repórter investigativo usa um disfarce para conseguir informações e fontes, ele está sendo ético?
Geertz afirma que o antropólogo/pesquisador quando passar a viver como um dos membros da comunidade a ser pesquisada, tem melhores resultados. O mesmo caberia no jornalismo investigativo. Foi o que fez Amaury Ribeiro, repórter do Globo, ao descobrir uma rede de prostituição infantil em Manaus.
Segundo o Art.307 do Código Penal: “Atribuir-se ou atribuir a terceiros, falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, tem pena de 3(três) meses a 1(um) ano de detenção, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.”
Portanto, fica a questão: Até onde vai o repórter pelo furo? Podemos apurar ferindo padrões éticos e constitucionais? Vale transgredir a lei em busca de uma reportagem completa, denunciando e mudando o futuro de crianças, como fez Amaury?  

Transparência em extinção: PRESERVEM!


          Voltando a maior polêmica do influenciar ou fazer pensar da mídia: Parcial ou não, Opinativo ou não, Objetivo ou não?
          Se há essa disputa no campo jornalístico, por um lado as empresas com pautas (influenciadoras ou transparentes), a ideologia de quem comunica os fatos e de outro lado há a sociedade civil precisando cada vez mais da transparência na mídia, poderia ou não escancarar? Mostrar a sua opinião logo na capa da revista não seria uma maneira transparente de se assumir?
          Afinal, todos somos influenciados, usamos óculos que nos faz ver o mundo a partir do que aprendemos. Sendo assim, talvez seja melhor mostrar abertamente o conteúdo da revista. É  o que vemos nas revistas Veja e Carta Capital. Ambas de “lados contrários”, uma neoliberal e outra com tendência para a esquerda, são revistas que mostram um único lado.
          O jornalista Ricardo Boechat comentou ao ler a capa das duas revistas ,quanto ao conflito entre Lula e Gilmar Mendes, uma condena Lula e outra condena Gilmar:
 " Para mim são farinhas do mesmo saco podre."
         A partir disso vem outra questão:
  Mostrar só um lado é jornalismo?





         Aí está o ponto que diferencia a mídia opressiva da transparente. A revista, TV, jornal que apura, investiga e deixa todos os lados se defenderem e dá voz a todos é a imprensa ética com responsabilidade social. Esta está cada vez mais rara, PRESERVEM!

PODER DA MÍDIA vs poder paralelo


“A instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito foi requerida pelo Deputado  MARCELO FREIXO em  fevereiro de 2007, em  decorrência  da extrema gravidade da situação das milícias em comunidades no Estado do Rio de Janeiro, com fortes indícios de envolvimento de policiais, civis e militares, bombeiros militares e agentes penitenciários.  Essa situação extremamente grave  exigiu do poder público, em 2008, uma  resposta  imediata,  a partir do seqüestro e tortura dos repórteres do jornal ―O DIA em uma favela do Rio de Janeiro.”
Esse é um trecho do RELATÓRIO FINAL DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO DESTINADA A INVESTIGAR A AÇÃO DE MILÍCIAS NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. O jornalismo investigativo carioca está cada vez voltado para o assunto milícia. O poder paralelo  exerce extrema violência nessas comunidades. Impedem o direito de ir e vir dos moradores (previsto no artigo 5º da Constituição Federal)cobrando tributos. (Cobram impostos sobre gás, luz, transporte).
“Analisando o perfil eleitoral dos candidatos focalizados pela CPI das milícias,concluímos que as votações de Nadinho de Rio das Pedras, Girão, Deco, Chiquinho Grandão, Geiso Turques e Marcão apresentam elevada concentração de votos o que indica a existência de currais eleitorais, seja por coação ou por clientelismo, em áreas identificadas pela CPI como dominadas por milícias.” Essa é uma parte da conclusão do relatório.
Esse é o tipo de reportagem mostra o perfil do repórter investigativo: muito corajoso. O que seria de uma população manipulada pelo medo, elegendo e sendo “cafetizados” (termo usado por um pai que perdeu seu filho, pois não quis pagar os milicianos)por bandidos, se não houvesse a mídia para dar voz ao povo?
O filme Tropa de Elite 2 (http://www.youtube.com/watch?v=SK8Mvd0u7YU)mostrou exatamente a influência e controle milicianos. Reportagens como as do Fantástico( http://www.youtube.com/watch?v=Bu2IB5GFzMk&feature=player_embedded) denunciam e mostram a todos o que o poder paralelo faz.


4º PODEr?


Mais uma vez  a discussão de ética da prática jornalística é colocada a tona. Afinal, até onde é espaço da polícia, da justiça e do jornal? O que é ético?  A mídia está ou não tentando ocupar um espaço que não é seu?
“E  essa invasão de espaços pode ser considerada a partir de uma definição cara a imprensa: a qualificação de quarto poder, que data no início do século XIX e lhe confere o status de Guardião da Sociedade.”Afirma a professora de jornalismo, Lorena Viera.
Vários casos foram desvendados através de furos jornalísticos. O mais conhecido foi o caso Watergate, em que repórteres do Washington Post desvendaram um caso de corrupção que culminou na renúncia do presidente Richard Nixon.
No Brasil, dentre vários furos o caso da juíza Patricia Accioli ,revelado pelo O Dia. E com  câmeras e microfones escondidos  a descoberta de corrupção no caso Roberto Jefferson, rendendo  até hoje o julgamento do Mensalão.
Ao mesmo tempo, trazendo à tona a cara de bandidos há um conflito ético: até onde a imprensa pode usar câmeras escondidas?  Segundo o artigo 9º de Ética dos jornalistas é dever do jornalista respeitar o direito à privacidade dos cidadãos. Por uma ética maquiavélica seria justo usar artifícios ilegais para obter informações de um esquema prejudicial a sociedade. Fica o conflito, o jornalista tem ou não poder?

Brasil , um país de todos?


             A ONU divulgou a cerca de um mês um relatório em que o Brasil é o 4º país mais desigual da América Latina.
            O que intriga é ver o país crescendo economicamente (superando potências européias) e cidadãos vivendo em condições subumanas. Nem mesmo a ascensão de governos de apelo popular fez com que as oportunidades fossem iguais para todos.
            Miriam Salles de 23 anos, moradora da comunidade Pavão-Pavãozinho(Copacabana) afirma: “ Lá em cima acaba luz, a gente paga a mesma conta que o rico paga.” Com 15 anos, ela engravidou e mora com a mãe, seu filho e mais 5 irmãos numa casa de 3 quartos. Filha de um antigo “dono do morro” ela conta que viu muita violência e que se drogava com freqüência.
            Não tem esperanças em eleições, acha que o governo olha com descaso pra sua comunidade. E a sociedade não dá oportunidades iguais:

 “Só por que acha que é um neguinho da favela, não vai ter experiência.”

            Miriam acha que as mães se apóiam em práticas populistas do governo, como bolsa família. “ As mães na querem mais trabalhar.” Acredita no Projeto do Criança Esperança em sua comunidade. E seu sonho é um dia poder terminar uma faculdade.
Em uma mesma cidade maravilhosa, Lynn Court, estudante de jornalismo e designer, vive uma realidade completamente diferente. “Estudei na escola britânica fui alfabetizada em inglês, cursei o colégio ate o fim e passei pra desenho industrial na Puc.”   
A estudante mora na Lagoa com a família e trabalha no canal Multishow. Tem  acesso a exposições de arte.     
”No colégio me incentivavam, ganhei prêmios de arte e fui indo, sempre procurei me informar sobre muito livros, leio 3 livros em media ao mesmo tempo, sempre 1 em inglês.”
Lynn acredita que a desigualdade pode mudar através do investimento em educação. Acredita que as eleições nos dão possibilidade de mudanças.
            Segundo o prof de Teoria Política da UNIRIO,Fernando Quintana,a idéia da estudante de comunicação é boa. Educação é um dos fatores que auxiliam na mudança. “A continuidade de  programas de transferência de renda acompanhados com inserção ao mercado de trabalho, aumento do salário mínimo, melhor qualidade na educação (sobretudo técnica), se conseguirá diminuir as desigualdades ainda "gritantes" que caracterizam vários países da região.”
            Já Paulo Durán, do departamento de Ciências Socias da PUC-Rio acredita as desigualdades sociais no Brasil são estruturais e históricas. “Os dados desse

relatório ressaltam problemas que enfrentamos há muitas décadas.”

            Paulo acredita nos programas do governo.“O PAC, a extensão do Programa Saúde da Família, a implementação das UPAs, etc., vêm atualmente colocando possibilidades importantes de solução desses problemas sociais. No entanto, pelo menos no que se refere aos dados do relatório da ONU, precisaremos não somente de mais investimentos governamentais, mas também de novas ideias que possam subsidiar processos decisórios menos burocráticos e mais participativos."


 "precisaremos não somente de mais investimentos governamentais, mas também de novas ideias"



sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Formadores de Opinião


                 As pessoas são diariamente influênciadas pela Tv, jornais,  filmes e propagandas. A imprensa é uma grande formadora de opinião e pensamento. Por isso, é tão importante buscar diversas fontes e ter ética ao lidar com informação.
                A questão é será que o jornalismo é sempre objetivo? É possível  driblar os afetos e ser completamente imparcial?
                O sociólogo Max Weber  acreditava que o pesquisador deveria guardar suas emoções, preconceitos e  valores no momento da pesquisa. Já Espinosa afirma que tudo é ideologia, o homem tem seu “igneniuns”  e através dele lida com estímulos recebidos do mundo externo, sendo completamente subjetivo.
                Trabalhar com dados , entrevistar maior número de fontes e ouvir sempre os dois lados da estória são maneiras de fugir a opinião e ter um texto informativo. Cada escolha, entretanto, desde a pauta até a edição é carregada de opinião e emoção.
                O mais importante é não fazer da imprensa uma máquina de controle de pensamentos. A manipulação faz com que o jornalismo ignore seu papel social de denúncia e informação e passe a fazer do público: ” massa de manobra”!
                Um exemplo de opinião e preconceito foram as charges ridicularizando o profeta Maomé.     " A França decidiu fechar suas embaixadas, consulados, centros culturais e escolas em quase 20 países, pelo temor de ataques após a publicação de charges de Maomé na revista satírica francesa Charlie Hebdo."





quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Pequenos


Terça –Feira(11 de Setembro) houve uma palestra com o jornalista do Estadão, Vinicius Neder.
Neder é autor do livro: o Jornalismo e exclusão social: Análise comparativa nas coberturas sobre crianças e adolescentes, resultado de uma tese de mestrado orientada por Leonel Aguiar, coordenador do Curso de Jornalismo da PUC-Rio. Além de definir jornalismo e citar desafios da profissão, Vinicius contou sobre a pesquisa para a tese de mestrado. 
Adota a objetividade como método crítico de lidar com as subjetividades. 
“ Dizer a verdade puramente permeando as construções sociais.”
Explicou funções sociais do jornalismo e  seus papéis na democracia ocidental de denúncia e transparência pública(mesmo vivendo de anunciantes). Além disso, criticou o jornalismo “fast food” da web (aquele que dá barriga).* E citou o futuro do jornal impresso(onde trabalha) como mais analítico do que a TV e  a Web.
         Sua pesquisa começa com uma comparação entre 4 reportagens especiais vencedoras de Prêmios Esso. Usa dados do site PROPUBLICA , análises e entrevistas.http://www.propublica.org/ 
Na primeira reportagem no jornal O DIA, foram utilizadas poucas fontes e muitas vezes o termo pejorativo “menor” para relatar a “Delinqüência Infanto-Juvenil.” Já o jornalista Amaury Ribeiro do O GLOBO denunciou a prostituição infantil em Manaus, usou disfarces e teve grande repercussão. “Na reportagem do EXTRA o termo “menor” é usado poucas vezes e no Correio Brasiliense, o termo não é usado na reportagem: “ Brinquedos dos Anjos’.
O portal PUC-RIO digital cobriu uma palestra em Março de Vinicius Nader e o jornalista Eduardo Auler.http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=9423&sid=145&tpl=view_integra.htm

Música de SEU JORGE que relata a infância perdida, o Problema Social Brasileiro.http://www.youtube.com/watch?v=6vTmJSpk4Xw



quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Profissão Repórter


   Entre diversas discussões sobre a" profissão repórter",nota-se o jornalismo em um campo de embate sociais.São as forças privadas, das grandes empresas de comunicação versus o compromisso com a esfera pública.
    É importante discutir o que é estudado nas escolas de comunicação. Afinal,o diploma não tem de ser somente obrigatório e sim de qualidade.
Uma das polêmicas da ENECOS Sudeste foi:  Como aliar prática e teoria? Sabendo da importância e do desafio de guiar debates, a organização convidou professores para mediar os debates.

   Na PUC Rio houve discussões mais recentes sobre melhorias para o curso. O professor e coordenador Leonel Aguiar expôs como a grade é montada. E seus alunos criticaram alguns professores, além da falta de aulas de português.Por  fim, uma aluna afirmou       
“ Falta rigor e conteúdo.”
 Com isso a necessidade de mudança ficou clara.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

QUEM PODE?

                                                                 
O jornalismo é a construção da realidade ou um reflexo dela? É a publicidade do sistema capitalista ou o quarto poder? Denuncia  ou manipula?Afinal, quem pode exercer esse papel?
 Comentando sobre uma descrição de acidente feita por um ouvinte, o jornalista Ricardo Boechat  afirmou em seu programa que qualquer um pode apurar e passar informação. E ainda enfatizou como os jornalistas devem se dedicar cada vez mais para ter um diferencial.
São blogueiros, especialistas e muitos outros que querem COMUNICAR. A tecnologia acessível e a internet foram ferramentas para essa possível “democratização”. 
A partir do argumento “ferir a liberdade de expressão” o STF derrubou em 2009 a exigência do diploma de jornalismo. Entre os argumentos Fernando Collor (PTB-AL) disse que o diploma é  "embrião para o controle 'social' dos meios de comunicação".
A exigência do diploma foi derrubada em junho de 2009 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por oito votos a um, os ministros atenderam a um recurso protocolado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF), que queriam o fim da obrigatoriedade do diploma.
Até alguns profissionais formados compartilham da opinião. “Obrigar o jornalista a ter diploma de jornalismo é como obrigar um cantor a tomar aula de voz antes de cantar no palco, uma violação da liberdade de expressão.”Afirmou Lúcia Guimarães do ESTADÃO.
Por outro lado, a liberdade de conteúdo se torna arriscada quando sua qualidade é duvidosa.
Beth Costa, presidente da FENAJ(Federação nacional dos jornalistas)defende o diploma como forma de preparar o profissional:
 "A sociedade precisa e  tem direito à informação de qualidade, ética, democrática. Informação esta que depende, também, de uma prática profissional igualmente qualificada e baseada em preceitos éticos e democráticos. E uma das formas de se preparar, de se formar jornalistas capazes a desenvolver tal prática é através de um curso superior de graduação em jornalismo.”

       Além da FENAJ, a ENECOS (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação) defende o diploma. “Desvaloriza a profissão e os anos de estudo. Mesmo por que temos que ter um pensamento critico sobre tudo que produzimos”, afirma Luiza Corrêa coordenadora  Sudeste.